sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um Nobel que não se estava à espera


A escritora é quase desconhecida em Portugal, mas já esteve no nosso país em 1993 e tem dois livros traduzidos. Apesar de ser uma surpresa, a escritora nascida na Roménia representava a Alemanha na 'shortlist' do Prémio Nobel
A atribuição do Prémio Nobel da Literatura provoca sempre alguma polémica e o de 2009, concedido a Herta Müller, não foge à regra e em dose dupla: por ser o nome mais comentado desde a véspera e por coincidir com a celebração dos 20 anos da queda do Muro de Berlim.
Após as reacções de surpresa verificadas nos minutos que se seguiram ao anúncio da Academia, sucedido por uma chuva de comentários vindos de todo o mundo, surgiram as especulações sobre a escolha da escritora. Principalmente porque o nome surgira esta semana, inesperadamente, no topo da tabela da agência de apostas Ladbrokes, alegadamente depois de se verificar uma fuga de informação da Academia Sueca.

Müller, a 12.ª mulher a receber o galardão entre 101 atribuições, nasce em 1953, em Nitzkydorf, cidade que ontem explodiu de alegria, mesmo não sendo já a morada da escritora, mas que, segundo o seu autarca, "passou a estar no mapa". Professor, Ioan Mascovescu revelou que os seus alunos fazem regularmente estudos sobre os livros da Nobel. A autora foi impedida de publicar no seu país e vítima de perseguições da polícia política Securitate. Emigrou em 1987 para a Alemanha, reside em Berlim-Oeste e é casada com o poeta Richard Wagner. No currículo conta com inúmeros prémios. O Homem É Um Grande Faisão sobre a Terra, com tradução de Maria Antonieta C. Mendonça (Cotovia, 1993); e A Terra das Ameixas Verdes, com tradução de Maria Alexandra A. Lopes (Difel, 1999) são as duas obras que a mais recente Prémio Nobel da Literatura tem traduzidas em português.


( DNARTES)