quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Poema sobre o Natal...






Não digo do Natal – digo da nata


do tempo que se coalha com o frio


e nos fica branquíssima e exacta


nas mãos que não sabem de que cio




nasceu esta semente; mas que invade


esses tempos relíquidos e pardos


e faz assim que o coração se agrade


de terrenos de pedras e de cardos




por dezembros cobertos. Só então


é que descobre dias de brancura


esta nova pupila, outra visão,



e as cores da terra são feroz loucura


moídas numa só, e feitas pão


com que a vida resiste, e anda, e dura.



Pedro Tamen