domingo, 23 de novembro de 2008

SEMANA NACIONAL DA CULTURA CIENTÍFICA

António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, nasceu em Lisboa, no dia 24 de Novembro de1906. Criança precoce, aos 5 anos escreveu os seus primeiros poemas.
 A par desta inclinação para as letras, ao entrar para o liceu Gil Vicente, tomou contacto com as ciências e foi aí que despertou nele um novo interesse: a CIÊNCIA.
Em 1931 licenciou- se em Ciências Físico-Químicas pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e em 1932 concluiu o curso de Ciências Pedagógicas
na Faculdade de Letras do Porto, prenunciando assim qual seria a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos: professor e pedagogo. Exigente e comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão e uma dedicação. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção “Ciência Para Gente Nova” e muitos outros títulos, entre os quais “Física para o Povo”, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970.
Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho nunca esqueceu a arte das palavras e continuou sempre a escrever poesia, mas nunca tentou publicá-la, preferindo destruí-la. Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publicou, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas “Movimento Perpétuo” com o pseudónimo António Gedeão. Continuou depois a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro (caso da peça História Breve da Lua, que está a ser lida pelos alunos do 3º ciclo, da nossa escola), no ensaio e na ficção.
Nos seus poemas há uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É o caso, por exemplo, do poema “Pedra Filosofal". Nos anos seguintes dedicou-se por inteiro à investigação, publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, faleceu em 1997. Em sua memória, comemora-se na última semana de Novembro, a Semana da Cultura Científica. Na nossa escola, tal como tem acontecido nos últimos anos, haverá uma exposição (este ano cedida pela A.P.M.) que também homenageia Escher; experiências; leitura de textos científicos, de teatro( peça para o Concurso de Leitura, já referida) e de poemas ( de A.Gedeão e de outros poetas portugueses); visualização de filmes e de documentários e trabalho de investigação sobre a biografia de cientistas (em Francês); banca de pedras (das Ciências Naturais). A última semana deste mês trará a Ciência a esta escola!